sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

18.° e 19.° Dias - Uruguaiana (RS) - Joaçaba (SC) - 775 km / Joaçaba (SC) - São Paulo -785km

Chegamos...






Visão Piloto

Estamos em casa após 2 dias de viagem pelo Brasil.

Saímos no dia 08/01/14 de Uruguaiana (RS) com destino à linda cidade de Joaçaba, em Santa Catariana. A cidade fica encravada no meio da serra catarinense, logo após o Rio Uruguai.

A cidade é pequena e muito organizada. Me parece ser uma captadora de riquezas da região agrícola dos arredores.

No caminho para Joaçaba, passamos por diversas plantações de pequeno porte no meio da serra. Além do solo ser fértil, o clima parece favorável à todo tipo de culturas de frutas, verduras e afins. 

Essa região é um ótimo lugar para uma viagem de fim de semana para  aqueles que desejam curtir um pouco do clima rural. 

Após um agradabilíssimo dia, paramos para dormir no Hotel Jaraguá. Lá encontramos diversos viajantes de passagem, inclusive argentinos a caminho de Floripa.

No dia 09/01/14,  saímos bem tarde de Joaçaba e pegamos o trecho final para, enfim, chegarmos em casa. Resolvemos encarar a Régis novamente, que apesar de repleta de caminhões, não estava intrafegável. 

Às de 21hs, chegamos em São Paulo para reecontrar os nossos amados cachorrinhos. Estavam com cara de espanto, afinal, após 20 dias longe de nós, devem ter pensado que haviam sido abandonados.

Amanhã postaremos um balanço final da viagem com algumas perguntas e respostas e algumas dicas sobre a viagem.

Visão Garupa


Depois de 19 dias de muitas estrada, belas paisagens e doces lembranças dos nossos hermanos, finalmente chegamos em casa.

Chegamos com saudades dos nossos amados cachorrinhos e com muito cansaço. Afinal, estes últimos dias de retorno - desde Neuquén - foram muito puxados. Quilometragem alta todo o santo dia, sem nenhum dia de break. Na verdade nosso último dia de descanso foi em El Calafate - e ainda fizemos um mini trekking no dia - ou seja, estamos MUITOOOO cansados.

Bem, vamos aos últimos dias da nossa jornada.

Saímos dia 08/01 de Uruguaiana com destino a algum lugar em Santa Catarina, que nos permitisse dividir nosso retorno a São Paulo em quilometragem praticamente igual. Nossa ideia inicial seria União da Vitória, mas como rodamos bastante e, pegamos chuva no caminho, decidimos encurtar para Joaçaba, uma cidade pequena mas muito rica do Vale do Contestado.

Para variar chegamos super molhados no hotel, claro que não igual o dia anterior, mas a chuva nos pegou mais uma vez.

Como escolhemos hoteis no centro das cidades que passamos, tomamos um banho e fomos comer num local ali perto. 

Nesse curto espaço deu para ver que a cidade é bem rica mesmo, bem organizada e bonita como a maioria das cidades catarinenses.

Depois do nosso jantar, seguimos para o hotel para nosso último descanso na estrada.

Na manhã seguinte, acordamos um pouco mais tarde, porque a preguiça estava nos pegando, tomamos nosso café, arrumamos na mala pela última vez nesta expedição e estrada.

A saída da cidade foi fantástica, o GPS no indicou um caminho bem agradável - rota da amizade - pelas cidades do Vale do Contestado.

Passamos por vários locais que são rota do vinho, da maçã, vimos cidades muito bonitinhas. Dá vontade de fazer um passeio por esses lugares um dia desses.

Depois caímos na BR 116 rumo a SP. O caminho só ficou mais movimentado na altura de Curitiba e, para variar ficou um pouco mais lento na Serra do Cafezal  - já no Estado de São Paulo. Na verdade o caminho era pior para quem saía de São Paulo e não nosso sentido.

Tirando o excesso de caminhões o caminho pela BR 116 é bem bonito, passando por várias áreas de preservação estaduais.

Depois de tanto rodar, finalmente chegamos em nossa casa, fomos recebidos pelos nossos amados bichinhos. Essa é melhor recompensa!


Fotos dos 2 dias





 cachorro bravo no posto









 Chuva nos perseguindo o tempo todo...
 Joaçaba (SC)










 Chegamos!!




quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

17.° Dia - Junín (ARG) - Uruguaiana(RS) - 807 km

Onde Estamos...
































Visão Piloto

Dezessete dias se passaram e eis que, finalmente, retornamos à pátria mãe.


Antes de cruzar a fronteira devo confessar que bateu uma certa emoção por ter vivido dias tão especiais na Argentina.

Esta já é minha quarta viagem à terra de los hermanos, sendo 3 por meio de peregrinação motociclistica e uma pelo meio convencional.  Sinto que essa expedição foi bastante especial. Em primeiro lugar  pois passei por quase todas as províncias daquele lindo país e despendi todo quase todo tempo da expedição em solo Argentino. Isso, certamente, me  proporcionou uma visão comparativa dos diferentes pueblo argentinos.

Em segundo lugar, pois fui muito bem recepcionado em absolutamente todos os lugares que passei, seja nos postos de gasolina, nas parrilas em beira de estrada, nas ruas, nos hotéis ou quaisquer outros lugares. Definitivamente, a rivalidade entre argentinos e brasileiros não existe. Talvez no campo do futebol, mas quem dá importância para isso no final das contas? Muitos pelo caminho comentaram do Mundial mas sempre em forma de descontração.

Por fim, após essa curta vivência nos rincões argentinos, realmente consegui compreender o porquê os chamamos de los hermanos.Temos muito em comum. Os argentinos são afetuosos, sociáveis, passionais, hospitaleiros e, acima de tudo,  ótimos anfitriões. Tirando os monstros que formamos em meio à vida excessivamente competitiva e egoísta dos grandes centros brasileiros, na maior parte do Brasil temos essas qualidades quase que de forma generalizada.

Por esses motivos, reinforço a impressão que já tinha de que devemos, sim,  buscar um fortalecimento nos laços com a Argentina. . A América Latina unida e forte pode trazer uma alternativa de sociedade para o modelo americano , que pouco tem a ver com o nosso jeito de ser.

A lógica economicista e capitalista que impera nos principais veículos de mídia, comumente critica o enfoque do atual governo no fortalecimento do Mercosul e alianças locais, vendendo como remédio para nossos problemas as alianças casuísticas , meramente econômicas, mesmo que sejam com países cujo estilo de vida difere do nosso. Sem contar que a mídia prefere que tiremos os sapatos nas fronteiras do norte à sermos bem recebidos por nos vizinhos do sul.

Enfim... viva o Mercosul!! Que um dia se torne uma aliança ainda mais profunda, que transcenda a esfera econômica.

Delírios pessoais a parte, o dia foi de muita e muita chuva. Na parte da manhã pegamos o calor do dia anterior com algumas nuvens pelo que amenizavam um pouco a força dos raios do sol. Assim que cruzamos a fronteira, fomos recepcionados pela tempestade que passara pela Argentina horas antes.

Nunca vi ventos com tanta força como os de ontem. Segundo li no jornal, chegaram com força de 120km/h. A força foi tanta, que a moto tombou parada antes de cruzarmos a ponte que corta o rio Uruguai, na fronteira. O vendaval foi uma coisa impressionante.

Só Deus para explicar como consegui levantar aquela jamanta no meio de ventos com aqueles!

Após melhorar a intensidade, resolvemos continuar a viagem. Não foi uma boa escolha. A tempestade, apesar de ter amenizado um pouco, continuou por todos os 300 kms restantes. Chegamos quase 22hs em Uruguaiana, completamente ensopados. O pior foi ter que dirigir com tempestade de granizo, a noite, em estrada sem absolutamente nenhum lugar para encostar. Após a fronteira, até chegar em Uruguaiana, faltavam ainda 60 km de estrada sem um único ponto de parada. Foi um dos momentos mais tensos que já passei em cima de uma moto.

São e salvos e após um banho quente fomos ao restaurante próximo ao hotel matar a fome. Um restaurante fabuloso, decorado de forma colonial de modo a se encaixar no ambiente do casarão velho em que se localiza. Chama-se La Carmencita.

Amanhã tocaremos o barco até a cidade de Joaçaba em Santa Catarina, o que será nosso penúlimo dia de viagem.

Visão Garupa


Depois dias maravilhosos - de descobertas e desafios - voltamos ao Brasil. Voltamos com bastante saudades dos queridos e dos meus bichinhos maravilhosos, e com saudades de tudo de bom que vivemos na Argentina.


Descobri nesta viagem que sou apaixonada pela Argentina. Sim, o lugar é maravilhoso, as pessoas são fantásticas, hospitaleiras, nos tratando muito bem por todos os lugares que passamos.

É gente, a Argentina não é só Buenos Aires e Bariloche. Tem muita coisa fantástica para conhecer e fazer lá. Vale muito a pena descobrir este país e, recomendo mais, recomendo que se faça por terra.

Vocês não vão se arrepender.

Bem, hoje partimos de Junin, província de Buenos Aires, para Uruguaiana. Tinhamos planejado um caminho, mas o GPS outro.

Depois de muito rodarmos no forte verão argetino e descobrimos que uma tormenta nos acompanhava, o GPS nos indicou um caminho cortando pelo Uruguai - o que não estava nos nossos planos.

É o GPS é muito bom, mas quando faz arte, faz aquela arte!!!!

Paramos na fronteira para pensar no que fazer, abrir o mapa e decidir se cortava ou não o Uruguai e quando olhamos para trás, vimos um vento forte, trazendo muita poeira se aproximando.

http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/com-uruguai-em-alerta-tempestade-se-aproxima-de-montevideu,6d17300e0be63410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

Trouxe até um pouco de fogo para a mata próximo a fronteira integrada da Argentina e Uruguai.

Dado esse cenário, fizemos o trâmites e saimos da Argentina e ingressamos no Uruguai.

Na saída, um agente da aduana argentina sugeriu que parássemos a moto e esperassemos o tempo melhorar, mas optamos por seguir viagem.

Bem, ai só foi chuva, chuva e muitoooo vento.

Quando cruzamos a ponte do rio Uruguai o vento era tanto que conseguiu tombar a moto parada. Ai, resolvemos esperar um pouco, debaixo da forte chuva.

Ela amenizou um pouco, cruzamos a ponte e começamos nosso martírio de cruzar o Uruguai debaixo de uma forte chuva.

Conseguimos avançar e ingressar no Brasil e a chuva nos acompanhava. Já estava tarde e não tinha como parar, tinhamos que seguir até Uruguaiana.

Juro que foi rezando o caminho todo, para que aquela chuva toda parasse, ou diminuisse para que pudessemos chegar em Uruguaina em segurança.

Minhas preces foram atendidas, chegamos em segurança mas a chuva não diminuiu muito.

Quando finalmente chegamos ao hotel, era bem tarde e estavamos ensopados! Acho que ficamos umas três horas debaixo de forte chuva!!!!

Depois disso, tomamos nosso banho, jantamos e agora vamos descansar, porque amanhã tem mais um trechinho, antes de chegarmos finalmente em casa.

Fotos

 Notícia capa do Clarín de Hj. Imposto sobre propriedade em função do valor de mercado. Acho que as ideiais são sempre as mesmas.






quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

16.º - Neuquén a Junin (1.050km)

Onde Estamos...


















Visão Piloto

Hoje voltamos ao forno argentino. As temperaturas na casa de um dígito, tanto reclamadas na região do estreito de magalhães, voltaram a casa dos 40 graus. Parece que ficamos o dia todo dentro de um forno elétrico.

Nosso percurso do dia foi bastante intenso. Fizemos 1050 km em uma tocada com poucas paradas. Foi um verdadeiro exercício de paciência e perseverança para vencer a distância e o calor.

E o pneu da moto, cada dia mais quadrado. Em tese, deve ser trocado após 10 mil km, kilometragem que já ficou pra trás faz tempo.

Queríamos chegar o mais perto possível da fronteira com o Brasil, mas sabíamos que não daria para ser tão próximo. Para evitar cidades grandes, com trânsito e rodovias congestionadas, decidimos parar na pequena estância climática de Junin. 

A cidade é utilizada pelos argentinos de terceira idade de Buenos Aires, que se reunem em grupos para prática de caminhadas no parque e no lago da cidade. 

Cruzamos hoje a província de La Pampa, região argentina com vastas área de terra fértil, que dá lugar ao cultivo de milho e girassol. Há também um pouco de criação de gado mas não parece ser atividade predominante.

Antes de chegarmos à La Pampa, pegamos uma estrada chamada de Conquista do Deserto. São mais de 300 km de reta, onde não há postos de gasolina e uma única árvore. Imagine percorrer essa estrada agradabílissima com temperatura de 40 graus. A moto estava indicando 40,5 graus mas fiquei com a impressão que a sensação térmica deveria ser ainda maior. O vento queimava, para se ter uma ideia. O pneu foi tão penalizado nesse trecho, que até dava para vê-lo sendo reduzido a pó.

Na região de La Pampa, paramos para tirar uma foto que retrata o sofrimento do calor da região. Vejam abaixo, o que fazem as vacas para fugir um pouco do forno argentino.

Amanhã pretendemos cruzar a fronteira com o Brasil. Passaremos a noite em Uruguaiana- RS.






















Visão Garupa


Hoje definitivamente nos despedimos da Patagônia Argentina.

Como iríamos percorrer uma grande distância, levantamos cedo, tomos rapidamente o café da manhã, arrumamos nossas coisas e, pé na estrada.

Saímos de Neuquén (capital da Provincia com mesmo nome) com destino à Junin (cidade turistica localizada na Provincia de Buenos Aires).

Saímos de um setor onde as temperaturas são amenas, para outro que atualmente é considerado como "un horno".

Não sei se comentei nos posts iniciais mas, aqui na Argentina está tendo um forte onde de calor, onde as temperaturas estão extremamente altas e a sensação térmica em alguns desses dias é de 42.ºC.

Então, os noticiários da região resolveram apelidar essa onda como un horno, ou un infierno, rs.

Bem, então fomos enfrentar esse infierno...rs

De fato, todo o caminho foi pecorrido com altas temperaturas. Tanto que, para todos os lugares que olhavamos só víamos o gado da região à sombra ou então a beira de rios, lagos ou arroios.

O calor estava de matar.

Quando chegamos em Junin então... Nossa estavamos derretidos...

E, para piorar sequer conseguimos achar garrafa de água numa lojinha de posto de gasolina. É, a situação estava feia.

A cidade de Junin estava bem quente, mas nos pareceu bem agradável - casas bonitas, parques com muitas pessoas fazendo exercícios ao ar livre - e, o hotel que ficamos até que é bem simpático.

Dá para descansar para enfrentar nosso próximo destino amanhã - Uruguaiana - e, coragem para enfrentar o forte calor da região.



terça-feira, 7 de janeiro de 2014

15.º - Bariloche à Neuquén (429km)

Onde estamos...























Visão Piloto

Como hoje o caminho seria relativamente curto, resolvemos acordar tarde e tomar o café da manhã no último horário oferecido pelo hotel.

Tudo preparado, óleo completado e resolvemos encarar a saída da serra andina rumo à Neuquén, capital da província que leva o mesmo nome.

A serra, mais uma vez, nos proporcionou ótimas fotos , contemplando lagos em diversos tons de azul, mata ciliar verde escura, céu azul escuro e o bege escuro das montanhas com neve branca no topo. Apesar de já termos tirado inúmeras fotos com essa combinação, a beleza natural é tão impressionante que sempre dá vontade de tira mais fotos.

Após algumas horas de paisagens fenomenais, entramos em um trecho de deserto, onde só se via um solo seco e salinizado, sem nenhuma vegetação. Paisagem um tanto depressiva e unicolor.
Em meio a um calor de 35 graus, às 16hs chegamos à Neuquén. A cidade tem o tamanho de Bragança Paulista mas seu centro organizado e moderno dá impressão que a cidade tem bem mais que seus 200 mil habitantes.Trata-se centro comercial mais importante da Patagônia, onde grande parte da riqueza da região se concentra.

Por ser domingo, a cidade estava vazia. Apenas algumas poucas pessoas se reuniam na praça central para curtir o clima agradável e céu aberto do final da tarde.

Demos uma rápida volta na cidade e resolvemos voltar ao hotel para descansar, pois no próximo dia a jornada árdua de regresso começará.

De noite tivemos a oportunidade de apreciar mais um vinho da bodega local. Essa regiãotem dezenas de bodegas, as quais produzem vinhos de todos os tipos. 

Amanhã começaremos o retorno. Cruzaremos os pampas argentinos em direção à cidade de Junin, na região de Rosário. Serão 1050 km pelo forte calor da região.

Visão Garupa

Cada dia que passa, sinto que nossa expedição está chegando ao fim. Dá uma dorzinha no peito, com saudades de tudo que vivemos nesses dias, mas também dá um conforto saber que logo, logo estaremos em casa matando as saudades dos queridos e dos nossos amados bichinhos.

Bem, vamos ao relato do dia...

Como todo grande sacríficio tem uma doce recompensa, aquele esforço de rodar mais de mil quilometros de El Calafate até Sarmiento, nos rendeu muito, porque além de adiantar nossa viagem até Bariloche, nos possibilitou que hoje rodassemos muito menos, até a Neuquén, capital da Provincia com mesmo nome.

Dada a baixa quilometragem que iriamos percorrer, acordamos um pouco mais tarde, tomamos nosso café com calma, arrumamos nossas coisas e partimos com destino à Neuquén.

O dia estava lindo. Lindo mesmo!!! E a saída de Bariloche então... deslumbrante.

Tiramos lindas fotos em boa parte do nosso caminho, conhecemos um pouco dos diversos lagos que tem a região e, claro, ficamos ainda mais encantados com a beleza da "naturaleza" argentina.

Sentimos também que a cada quilometro rodado a temperatura subia cada vez mais, tornando a nossa viagem mais desgastante.

Quando chegamos em Neuquén, percebemos que chegamos numa cidade importante, bem movimentada. Claro que não é tão movimentada e desorganizada como São Paulo, mas é um centro importante da região patagonica, com bastantes hoteis, bancos e uma boa infraestrutura.

Assim, nos hospedamos em um excelente hotel, jantamos e tomamos um vinho da região, para selar nossa despedida da Patagonia Argentina.

Agora é só descansar, porque amanhã rodaremos altas quilometragens para chegarmos logo em casa.

Fotos do dia...













segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

14.° Dia - Sarmiento (Chubut) - Bariloche - 693 km

Onde estamos...




Visão Piloto

Hoje acordamos cedo pois sabiamos que o dia seria longo. Pelo que havíamos pesquisado, a estrada perto de Bariloche era repleta de curvas sinuosas, além de apresentar paisagem maravilhosa, o que nos tomaria tempo nas paradas para fotografias.

Não havíamaos antecipado que no percurso entre Sarmiento e Esquiel haveria um longo trecho de rípio. Nos deparamos com um desvio de cerca de 30 km de um rípio terrível. Pedras grandes e em e meio a um solo extremamente arenoso e fofo em determinados momentos. Para manter a segurança, perdemos bastante tempo nesse trecho.

Para piorar, ficamos quase 1 hora na fila do posto de gasolina perto de Esquel. Era o único posto em mais de 250 km. Essa falta de gasolina nos grotões da Argentina é de matar!

Passado o município de Esquel, começou a Serra Andina que dá acesso à Bariloche. Paisagem esplêndida unida à um clima muito agradável. O único problema foi o trânsito, que estava bastante intenso na chegada. Muitos Argentinos aproveitam o verão para a prática de rafting nas quedas d´água dos lagos andinos. Além do mais, famílias imensas descem a serra para aproveitar o verão da região, que tem temperatura amena e céu aberto.

Falando na cidade, mais parece Brasiloche. Nós brasileiros estamos tomando conta dos pontos turísticos de los Hermanos. Há brasileiros em tudo quanto é lugar! Até mesmo na economia. A presença da  Petrobras é forte aqui. No sul da Argentina há diversas estações de extração de gás e petróleo com  refinarias e postos de gasolina espalhados por todo território hermano.

Ontem foi até engraçado o que comentou um argentino, quando estava na fila para abastecer em um posto da Petro. Após alguma conversa comentou que eu havia escolhido o posto certo: ´brasileirinho´...Os frentistas usam roupas bem carnavalescas, em verde e amarelo. O uniforme parece fazer questão de marcar presença da forte aliança entre os governos brasileiro/argentino no âmbito do Mercosul.

Infelizmente a economia dos nossos Hermanos não anda bem das pernas. Em Bariloche há sinais claros da economia real tentando boicotar a moeda argentina. Comerciantes pagam uma taxa de câmbio bem mais atrativa que a oficial.

Ao caminhar pelas ruas de Bariloche, rapazes pagos por comerciantes chamam a atenção dos turistas dizendo: Cambio señor!.. Aca tenemos tajas mejores!!

Te levam para dentro de alguma loja, onde o dono oferece 1 dólar a 9 pesos, sendo que a taxa oficial está 1 para  6,5. A Argentina está naquele momento onde a confiança na moeda já está baixa  e, até mesmo os comerciantes mais simplórios, começam a fazer suas poupanças em moeda estrangeira para evitar o efeito inflação. Vale qualquer moeda- real ou dolar.

Enfim, espero que o governo consiga tirar a economia dessa situação de alta inflação.

Depois de algumas badaladas pela cidade, voltamos ao restaurante do hotel para apreciar um bom ravioli, regado à um exemplar da Bodega del Fin del Mundo.

Visão Garupa

Nosso sacríficio do dia anterior (1.150km), serviu para alguma coisa: adiantar nossa viagem para San Carlos de Bariloche.

Então, acordamos um pouco mais tarde - afinal estavamos super cansados - tomamos nosso café, arrumamos nossas coisas e, estrada.

A saída de Sarmiento até que foi tranquila, o problema que de repente nos deparamos com um trecho de rípio na fomosa Ruta 40 - Ruta Patagonica.

Um trecho que até então não era de nosso conhecimento de rípio.

Isso é claro, retarda um pouco a viagem, causa um friozinho na barriga e uma tensão no piloto.

Claro que um piloto experiente vai com calma no trecho de rípio, mas por diversas vezes aquelas pedras e aquela areia fofa, dá um susto e sacoleja a moto de um jeito!!! Parece que a gente vai cair!!!Por duas vezes tive essa impressão, mas por sorte nada aconteceu!

Bem, passado o trecho de rípio foi só estrada. Uma estrada mais cheia, mas só estrada!

O caminho até Bariloche é muito bonito e agradável. Sentimos a temperatura subir, a paisagem mudar, surgir mais mata, mais verde, coisa que não estavámos vendo já um tempo.

E curvas, muitas curvas. Em nossas andanças teve uma cidade que me apaixonei: El Bolsón. Nossa, muito bonitinha, com bastante turistas, atividades, venda de frutas (cerejas e framboesas) pela estrada. Uma graça.

Parece ser um destino turistico bem procurado pelos argentinos.

Passada a cidade, vinha Bariloche. A estrada era muito bonita, com muitas curvas e, vista para o lago nahuel hapi.

Contudo, a chegada para a cidade é meio confusa. Não sei se era pelo trânsito, pela falta de sinalização, mas foi meio complicado nos localizarmos e, como não tinhamos anotado hotel no GPS ficou um pouco mais dificil. Ficamos rodando pelo centro em busca de um lugar para ficar.

Por sorte achamos um local bem localizado, com estacionamento - imprescindivel para a moto.

Como os dias terminam tarde aqui, deu para dar uma volta, conhecer a cidade, tirar algumas fotos, jantar e tomar um bom vinho, porque nós merecemos.

Amanhã, começará nossa jornada para a volta para casa e nossa despedida definitiva da Patagônia Argentina.







 Centro de Bariloche




















Restaurante do Hotel - Experimentando um Cabernet Savignon da Bodega Fin del Mundo.