quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

17.° Dia - Junín (ARG) - Uruguaiana(RS) - 807 km

Onde Estamos...
































Visão Piloto

Dezessete dias se passaram e eis que, finalmente, retornamos à pátria mãe.


Antes de cruzar a fronteira devo confessar que bateu uma certa emoção por ter vivido dias tão especiais na Argentina.

Esta já é minha quarta viagem à terra de los hermanos, sendo 3 por meio de peregrinação motociclistica e uma pelo meio convencional.  Sinto que essa expedição foi bastante especial. Em primeiro lugar  pois passei por quase todas as províncias daquele lindo país e despendi todo quase todo tempo da expedição em solo Argentino. Isso, certamente, me  proporcionou uma visão comparativa dos diferentes pueblo argentinos.

Em segundo lugar, pois fui muito bem recepcionado em absolutamente todos os lugares que passei, seja nos postos de gasolina, nas parrilas em beira de estrada, nas ruas, nos hotéis ou quaisquer outros lugares. Definitivamente, a rivalidade entre argentinos e brasileiros não existe. Talvez no campo do futebol, mas quem dá importância para isso no final das contas? Muitos pelo caminho comentaram do Mundial mas sempre em forma de descontração.

Por fim, após essa curta vivência nos rincões argentinos, realmente consegui compreender o porquê os chamamos de los hermanos.Temos muito em comum. Os argentinos são afetuosos, sociáveis, passionais, hospitaleiros e, acima de tudo,  ótimos anfitriões. Tirando os monstros que formamos em meio à vida excessivamente competitiva e egoísta dos grandes centros brasileiros, na maior parte do Brasil temos essas qualidades quase que de forma generalizada.

Por esses motivos, reinforço a impressão que já tinha de que devemos, sim,  buscar um fortalecimento nos laços com a Argentina. . A América Latina unida e forte pode trazer uma alternativa de sociedade para o modelo americano , que pouco tem a ver com o nosso jeito de ser.

A lógica economicista e capitalista que impera nos principais veículos de mídia, comumente critica o enfoque do atual governo no fortalecimento do Mercosul e alianças locais, vendendo como remédio para nossos problemas as alianças casuísticas , meramente econômicas, mesmo que sejam com países cujo estilo de vida difere do nosso. Sem contar que a mídia prefere que tiremos os sapatos nas fronteiras do norte à sermos bem recebidos por nos vizinhos do sul.

Enfim... viva o Mercosul!! Que um dia se torne uma aliança ainda mais profunda, que transcenda a esfera econômica.

Delírios pessoais a parte, o dia foi de muita e muita chuva. Na parte da manhã pegamos o calor do dia anterior com algumas nuvens pelo que amenizavam um pouco a força dos raios do sol. Assim que cruzamos a fronteira, fomos recepcionados pela tempestade que passara pela Argentina horas antes.

Nunca vi ventos com tanta força como os de ontem. Segundo li no jornal, chegaram com força de 120km/h. A força foi tanta, que a moto tombou parada antes de cruzarmos a ponte que corta o rio Uruguai, na fronteira. O vendaval foi uma coisa impressionante.

Só Deus para explicar como consegui levantar aquela jamanta no meio de ventos com aqueles!

Após melhorar a intensidade, resolvemos continuar a viagem. Não foi uma boa escolha. A tempestade, apesar de ter amenizado um pouco, continuou por todos os 300 kms restantes. Chegamos quase 22hs em Uruguaiana, completamente ensopados. O pior foi ter que dirigir com tempestade de granizo, a noite, em estrada sem absolutamente nenhum lugar para encostar. Após a fronteira, até chegar em Uruguaiana, faltavam ainda 60 km de estrada sem um único ponto de parada. Foi um dos momentos mais tensos que já passei em cima de uma moto.

São e salvos e após um banho quente fomos ao restaurante próximo ao hotel matar a fome. Um restaurante fabuloso, decorado de forma colonial de modo a se encaixar no ambiente do casarão velho em que se localiza. Chama-se La Carmencita.

Amanhã tocaremos o barco até a cidade de Joaçaba em Santa Catarina, o que será nosso penúlimo dia de viagem.

Visão Garupa


Depois dias maravilhosos - de descobertas e desafios - voltamos ao Brasil. Voltamos com bastante saudades dos queridos e dos meus bichinhos maravilhosos, e com saudades de tudo de bom que vivemos na Argentina.


Descobri nesta viagem que sou apaixonada pela Argentina. Sim, o lugar é maravilhoso, as pessoas são fantásticas, hospitaleiras, nos tratando muito bem por todos os lugares que passamos.

É gente, a Argentina não é só Buenos Aires e Bariloche. Tem muita coisa fantástica para conhecer e fazer lá. Vale muito a pena descobrir este país e, recomendo mais, recomendo que se faça por terra.

Vocês não vão se arrepender.

Bem, hoje partimos de Junin, província de Buenos Aires, para Uruguaiana. Tinhamos planejado um caminho, mas o GPS outro.

Depois de muito rodarmos no forte verão argetino e descobrimos que uma tormenta nos acompanhava, o GPS nos indicou um caminho cortando pelo Uruguai - o que não estava nos nossos planos.

É o GPS é muito bom, mas quando faz arte, faz aquela arte!!!!

Paramos na fronteira para pensar no que fazer, abrir o mapa e decidir se cortava ou não o Uruguai e quando olhamos para trás, vimos um vento forte, trazendo muita poeira se aproximando.

http://noticias.terra.com.br/mundo/america-latina/com-uruguai-em-alerta-tempestade-se-aproxima-de-montevideu,6d17300e0be63410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

Trouxe até um pouco de fogo para a mata próximo a fronteira integrada da Argentina e Uruguai.

Dado esse cenário, fizemos o trâmites e saimos da Argentina e ingressamos no Uruguai.

Na saída, um agente da aduana argentina sugeriu que parássemos a moto e esperassemos o tempo melhorar, mas optamos por seguir viagem.

Bem, ai só foi chuva, chuva e muitoooo vento.

Quando cruzamos a ponte do rio Uruguai o vento era tanto que conseguiu tombar a moto parada. Ai, resolvemos esperar um pouco, debaixo da forte chuva.

Ela amenizou um pouco, cruzamos a ponte e começamos nosso martírio de cruzar o Uruguai debaixo de uma forte chuva.

Conseguimos avançar e ingressar no Brasil e a chuva nos acompanhava. Já estava tarde e não tinha como parar, tinhamos que seguir até Uruguaiana.

Juro que foi rezando o caminho todo, para que aquela chuva toda parasse, ou diminuisse para que pudessemos chegar em Uruguaina em segurança.

Minhas preces foram atendidas, chegamos em segurança mas a chuva não diminuiu muito.

Quando finalmente chegamos ao hotel, era bem tarde e estavamos ensopados! Acho que ficamos umas três horas debaixo de forte chuva!!!!

Depois disso, tomamos nosso banho, jantamos e agora vamos descansar, porque amanhã tem mais um trechinho, antes de chegarmos finalmente em casa.

Fotos

 Notícia capa do Clarín de Hj. Imposto sobre propriedade em função do valor de mercado. Acho que as ideiais são sempre as mesmas.






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