Caminho do dia:
F - Puerto Madryn
Visão Piloto
Hoje percorremos cerca de 700 km debaixo de um calor escaldante e uma paisagem absolutamente uniforme por todo o caminho. Deixamos para trás a Província de Buenos Aires para trás, com rápida passagem por Rio Negro e finalmente chegando à Província de Chubut.
No caminho encontramos uma tropa de cerca de 30 motociclistas argentinos que também desbravam a patagônia rumo à Ushuaia. Alguns deles ostentavam orgulhosamente bandeiras do Brasil e adesivos com passagens em diversas cidades do Sul do país.
Durante o trajeto de hoje, quase nos faltou gasolina. Na província de Chubut os postos são bem escassos e ficam a cerca de 150 kms uns dos outros. Alguns não tinham nada estavam com falta de combustível, sabe-se lá por qual razão.
Tivemos que percorrer cerca de 100 km mantendo uma velocidade de lesma de modo a baixar o consumo de combustível, evitando uma pane seca na terra do nada. Após chegarmos ao posto, a sensação de alívio foi rapidamente trocada pela indignação e incerteza. Havia uma fila quilométrica de carros pois somente uma bomba estava funcionando.
Quase 40 minutos depois, finalmente conseguimos os 30 litros necessários parar continuar a aventura do dia. Mas como saco vazio não para de sentado na moto, paramos em um ´comedor´para um rápido almoço.
Chegava a hora, então, da esticada final dos 250 km faltantes.
Parecia que ia ser fácil, não fosse pela mãe natureza que manteve a temperatura na casa dos 30 e trouxe uma novidade vinda do extremo sul.
Conforme nos aproximávamos de Puerto Madryn, o vento começou a dar
as caras de forma desagradável. As rajadas eram constantes e exigiam força de
contrapeso para evitar que a moto saisse da estrada.
Algumas eram tão fortes, que davam a impressão que alguém lá em cima estava estapeando a moto. Como me disse um motociclista argentino: "Joven, tu tienes que respetar el viento e andar muy despacio." Falou isso, ostentando uma suposta experiência patagônica, torcendo a mão para frente como se estivesse desacelerando.
Algumas eram tão fortes, que davam a impressão que alguém lá em cima estava estapeando a moto. Como me disse um motociclista argentino: "Joven, tu tienes que respetar el viento e andar muy despacio." Falou isso, ostentando uma suposta experiência patagônica, torcendo a mão para frente como se estivesse desacelerando.
Às 18hs chegamos à cidade de Puerto Madryn. O tempo estava tão agradável que resolvemos dar umas bandas pela cidade e comer alguma coisa na rua. O sol se põe bem tarde por aqui.
A cidade é bastante turística. Há gringos de toda a sorte, desde crianças até idosos. Sinceramente, não sabia que Puerto Madryn estaria elencada em algum Lonely Planet guide da gringolândia. Está repleto de gringos ´maltrapilhos´ostentando suas mochilinhas da North Face com aquela cara de projeto de Charles Darwin.
Amanhã teremos um dia longo. Partiremos rumo ao Puerto San Julian em uma tocada de cerca de 850km.
Visão Garupa
Como vocês se viram nos outros posts do blog estamos
percorrendo muita quilometragem por dia para alcançar nosso objetivo – Ushuaia –
em um curto espaço de tempo.
Acontece que, essas longas distâncias por dia, cansam muito,
e necessitam sempre de uma boa noite de sono anterior. Por sorte, pegamos um hotel muito bom em
Bahia Blanca que nos garantiu uma excelente noite de sono, e nos dificultou
levantar da cama e seguirmos viagem.
Depois de enrolar um pouco, para deixar a preguiça passar,
tomamos nosso café, demos uma rapida volta na cidade para sacar dinheiro,
porque para pagar a gasolina aqui, na maioria dos lugares é só em dinheiro e
dai seguimos viagem.
Na saída de Bahia Blanca passamos por um posto de gasolina,
onde o frentista nos adiantou que muitos motociclistas tinham passado por lá.
Era verdade. No nosso longo caminho, com muito sol,
encontramos vários motociclistas na estrada – brasileiros e argentinos – com o
mesmo destino Ushuaia.
Encontramos na estrada, nos postos de gasolina e ao final na
mesma parada para pernoite.
De fato nosso destino está cada dia mais popular, sendo cada
dia mais comum conhecer alguém que já fez esse mesmo destino.
Numa dessas paradas, talvez a mais desesperadora,
encontramos dois argentinos e três brasileiros. Essa parada foi no inicio da
provincia do Rio Negro, onde finalmente descobrimos que o problema de
abastecimento da gasolina – que já enfrentamos na expedição anterior –
continua.
É assustador percorrer quilometros, no meio do nada, para
quando encontrar um único e derradeiro posto de gasolina, descobrir que não há “nafta”!
O pior é saber que o próximo posto fica a 90km e a autonomia
da moto é de 100km.
Pois é, nossos hermanos de moto que estavam na mesma situação
que nos deram a dica do próximo posto, e ai, seguimos rezando para que tudo
desse certo.
Bem, deu! Mas quando chegamos no posto, havia uma fila
quilometrica de carros aguardando por nafta! E ficamos lá aguardando nossa vez.
Depois de tanto esperar e ver o preço salgado da nafta – pq a
inflação tá feia aqui – paramos para fazer uma breve refeição.
Devidamente alimentados, seguimos nossa longa e quente viagem.
Vale informar que a Argentina está sofrendo uma onde de calor, onde em todos os
lugares a temperatura está muito alta.
Então dá para entender nosso sofrimento.
Bem, depois chegamos em Puerto Madryn, uma cidade bem
agradável, bem turistica, que nos rendeu lindas fotos. Engraçado que já estamos
verificando que está cada vez anoitecendo mais tarde, hoje era 21h30 quando o
sol começou a se por.
Acreditamos que a partir de agora as temperaturas serão mais
amenas, o vento será mais forte e os dias serão bem mais longos e que ainda,
encontraremos muitos motociclistas na estrada em busca do mesmo destino.
Bem, agora é descansar para mais um long dia de viagem.
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