Visão Piloto
Desde minha última viagem ao Chile, no início de 2012, não mais me aventurei em relatar as peripécias sobre 2 rodas vivenciadas nos arredores da nossa América bolivariana.
Da última vez, a Juliana, fiel companheira e paciente passageira, tratou de passar um pouco das percepções maravilhosas de nossa aventura ao berço da civilização Inca.
Dessa vez faremos de forma distinta: Teremos a visão do piloto e a do passageiro. Dessa forma, podemos como duas pessoas com exatamente as mesmas experiências, percebem e interpretam o mundo de forma distinta.
Durante as outras viagens, algumas dúvidas surgiram por pessoas interessadas em longas viagens de moto. Coisas do tipo: o que você levou para a viagem? ou, como balanceou o peso e quais ferramentas levou?
Enfim, temos aqui como objetivo fulminar algumas incógnitas que deixam marinheiros de primeira viagem com os cabelos em pé.
Vamos lá....
Para uma viagem de cerca de 14mil km é importante preparar um kit de ferramentas para eventuais percalços durante a viagem. Como não há muito espaço de bagagem, não há como levar absolutamente todas as ferramentas e peças necessárias para mitigar o risco de forma plena.
Com isso em mente, o kit deve se pautar pelo princípio da imprescindibilidade. Ou seja, deve-se analisar quais são as ferramentas que podem sanar os problemas mais comuns em uma viagem de longa distância.
São eles: apertos de peças imprescindíveis,reparo e troca de pneu, troca de óleo, troca de pastilhas, fixação de peças frouxas e reparos corriqueiros. Não há como se precaver contra panes internas de motor ou avarias na estrutura da moto. Para tal, seria necessário levar um carro de apoio!
Partindo-se da premissa que não mitigação total de riscos, abaixo seguem algumas fotos das ferramentas e apetrechos que sempre levo comigo para pequenos reparos:
A BMW é uma moto bastante enxuta em termos de parafusos e porcas. Ela trabalha como chaves Torx de variados tamanhos. Há também algumas porcas sextavadas, entretanto são poucas. Geralmente ficam um lugares onde há necessidade de aperto conjunto com outra porca.
Como se pode ver, estamos levando 2 litros de óleo, WD-40, algumas abraçadeiras, bastante arame, kit de reparo de pneus da BMW e algumas lâmpadas para substituição.
Gosto sempre de lembrar que o arame já me salvou em uma viagem que fiz ao Chile.
Ver : http://vidal-madureira.blogspot.com.br/
A mala da esquerda só carrega ferramentas e apetrechos. É a mala que não gostaríamos de ter que abrir durante a viagem. A BMW aconselha que o peso se limite em cerca de 10kg de carga uma vez que excesso de peso pode pode comprometer o balanceamento da moto.
Na mala da direita levamos roupas. Para essa, deixo a Juliana descrever em mais detalhe.
Temos, também, o top box e a mala tanque. Na primeira, levamos os carregadores de eletrônicos, barras de cereais, produtos de higiene e outros apetrechos de uso diário. Na segunda, levamos alguns documentos, câmeras com respectivos acessórios, óculos e outras coisas pequenas. Essa mala está sempre conosco,onde quer que estejamos.
Amanhã pretendemos partir bem cedo de modo a evitar trânsito na saída da Regis Bittencourt. O destino é Caxias do Sul-RS, cidade a cerca de 970km de São Paulo.
Agora vou me recolher aos aposentos para recarregar as baterias pois amanhã começa a expedição mais longa que já fizemos de moto.
Visão Garupa
Dentro de algumas horas partiremos para mais uma nova
expedição – de moto e a dois – para o ponto mais extremo de nosso continente!
Sim, partiremos para a Tierra del Fogo, para o Fim do Mundo,
para Usuhaia.
Muita expectativa cerca essa viagem, dentre muitos
motociclistas experientes, esse destino, sem dúvida é o mais especial, o mais
incrível.
Assim espero!!!!
Como esse destino é bem mais frio que o anterior (expedição
Machu Picchu), tivemos que caprichar as roupas de frio! Como não sou mais
marinheira de primeira viagem, fazer a mala de viagem foi muito mais fácil do
que da outra vez.
Não sei se todos sabem, para viagem contamos com três baús.
O da direita, onde vai nossa roupas, o da esquerda que vai com as ferramentas
(imprescindíveis para a viagem, aliás salvou nossa expedição anterior) e que
fica atrás da garupa (eu), que vai barrinhas de cereais e outros itens.
Pouco espaço, não? Imagine o milagre que temos que operar
para arrumar as roupas. Isso que nem
levamos muitas coisas:
-quatro camisas dry fit para cada,
-uma calça para cada para sair pela cidade;
-dez peças para cada de underwear;
-dez pares de meias para cada;
-três camisas/blusas para cada, também para passear pela
cidade;
-layers para suportar o frio;
-um par de tênis para cada e;
-uma jaqueta de frio para mim, peça dispensada pelo Leandro
(afinal ele quase nunca sente frio).
Deem uma olhadinha no vídeo abaixo para ver como é difícil
montar a bagagem!!!!
Bem, depois acertamos uma coisinha aqui outra ali, recebemos
a visita dos meus pais, e agora estamos na contagem regressiva para nossa
viagem!
Ansiedade mil!!!
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